Ana Letícia Timóteo
Professora de Geografia
A
palavra pandemia tornou-se a mais comum para nos referirmos à situação mundial
provocada pela COVID-19, doença provocada pelo Coronavírus. Esse termo é
designado a doenças que se propagam em diversos países simultaneamente e
apresentam rápida proliferação, ou seja, são altamente infecciosas. O Planeta
Terra já viveu algumas pandemias em sua história, como a da Peste Negra, que se
alastrou por três diferentes continentes: Europa, Ásia e África. Entretanto,
apesar de ambas serem doenças de alto contágio e consideradas pandemias, as
formas e a velocidade de contaminação constituem uma grande diferença entre
elas.
A
transmissão de uma doença de um país para outro acontece por meio do trânsito
de pessoas, quando indivíduos contaminados viajam e entram em contato com a
população do local de destino, contagiando-a com o novo vírus. Pensando nisso,
a Peste Negra e a COVID-19 apresentam a mesma forma de espalhamento pelo mundo,
o que as diferencia são os meios de transporte e, consequentemente, as maneiras
de transitar.
Segundo
dados de historiadores, a Peste Negra, por meio das viagens de navio, demorou
alguns anos para passar da Ásia para a Europa. Já a COVID-19 em poucos meses já
está em todos os continentes do mundo, como é possível perceber no mapa
elaborado no dia 26 de abril de 2020 apresentado a seguir.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51718755
Para
analisarmos a diferença no tempo de disseminação das duas doenças é necessário
considerar o fenômeno da globalização, no qual as distâncias parecem mais
curtas, os países aparentam ter fronteiras menos rígidas e os meios de
transporte e comunicação estão muito mais ágeis. Assim como o pesquisador
Carlos Walter Porto-Gonçalves escreveu em 2011: “É que antigamente as doenças
ficavam restritas geograficamente e hoje, ao contrário, os deslocamentos mais intensos
entre lugares torna o mundo mais vulnerável como um todo.” Essa vulnerabilidade
mundial está cada dia mais clara após o surgimento do Coronavírus, evidenciando
que a maior parte dos países não está preparada para uma doença com alto nível
de contágio e que uma das estratégias mais utilizadas é, exatamente, suspender
o deslocamento, tão comum em nossos dias atuais.
Daí a velocidade de transmissão! Nem sempre é tão bom encurtar distâncias.
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